Começam hoje, dia 27 de Fevereiro. Pela Ribeirinha. Viradas para dentro, pelas tradições sociais e culturais, pelos valores de ontem e de hoje, pelas velhas e novas profissões, tendo em vista o futuro. Um futuro que se constrói no presente. “Ribeirinha Comvida” é o programa cultural e desportivo, promovido pela Culturpico com apoio da Vereação para a cultura da Câmara Municipal das Lajes.
A semana, que vai até 4 de Março, é uma semana para tudo recordar, ocasião para traçar novos caminhos, apesar dos horizontes políticos não serem os mais favoráveis e promissores.
Os espaços escolhidos foram os salões da Baixa e do Centro Social, além de uma oficina de carpintaria. Da participação se dará conta depois. O futuro é já amanhã, que tudo descobre, tudo revela e tudo esclarece. Um meio pequeno costuma ter sempre as ágoras diárias dos bons dias e das boas noites – ocasiões tradicionais do comentário em cima do acontecimento. Os pontos de encontro são os mesmos, apenas de outros coloridos.
A semana “Ribeirinha Comvida” termina no Centro Social, com um serão cultural evocando valores universais esculpidos também nos filhos da terra, e que foram também pelo mundo fora.
Será ocasião para mais uma vez ser homenageado o Patriarca Alvernaz, com a apresentação pública da sua biografia, escrita por Maria Guiomar Lima, uma sua aluna da casa de Santa Luzia de Angra, onde (D. José) residiu durante os últimos anos da sua vida.
Maria Guiomar Lima, é natural da Ribeirinha, de onde saiu ainda muito jovem para ir viver com a sua família para Angra do Heroísmo. Foi lá que bebeu, na fonte pura e genuína, os sabores da vida do homem que chegou a Roma, vindo de Goa, qual prisioneiro libertado, amargurado, cansado e sem ninguém à sua espera, deixando para trás uma vida de gloria, que Salazar repudiou, mas que a História glorifica e glorificará para sempre.
Os heróis medem-se também pela coragem da desobediência formal ao chefe, aceitando as consequências. Foi o preço de salvar vidas, livrando-as da morte inglória. O Capitão do Exército, Manuel Bernardo Riqueza, picoense, natural de São João, bem gostaria de estar presente para testemunhar os feitos de então. Tanto que ele falava dos acontecimentos de Goa e da acção heróica do patriarca.
Convém lembrar que o Patriarca sempre encontrou nos seus conterrâneos a maior consideração e respeito afectuoso. E deram provas disso.
Aconteceu, primeiro, com o grupo de ribeirinhenses que promoveu a erecção do seu busto junto à casa onde nasceu, assim volta a acontecer com uma senhora, também sua conterrânea, que, percorrendo os novos caminhos para a Índia, foi ao encontro dos testemunhos que era preciso conhecer, para dar a conhecer.
Obrigado à Maria Guiomar Lima por ter deixado aos vindouros a oportunidade de sentirem mais de perto o exemplo deste homem, nascido no Biscoito, no início do caminho do Miradouro que leva à Piedade.
Uma hora depois, o encerramento da semana cultural e desportiva será com o Grupo Coral das Lajes do Pico.
Outras semanas culturais idênticas, segundo nos informaram, já estão programadas para as restantes freguesias do Concelho.
escrito na ortografia antiga
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