terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Uma visita à Casa da Montanha

Alertado, e também convidado, fomos até à Casa da Montanha no dia 14 de Janeiro, para participar numa tertúlia ambiental: divulgar a Montanha, alguns produtos da ilha, e… imaginem!...provar um chá.
        Confesso que, apesar da distância e do tempo não ser o mais convidativo, lá demandámos, por esses matos fora, por estradas bem conservadas, com excepção da longitudinal e alguns troços no acesso à Casa da Montanha. Ainda assim, transitáveis, sem muito solavanco.
Bem conservadas, e assim e assim, repito. E é o primeiro apontamento que registo. Felizmente que, antes das crises e das troikas, as estradas do Pico foram contempladas com as atenções merecidas. Não sabemos é para o futuro. Já que conservar o que se tem é, por vezes, bem mais complicado. Mas, vamos adiante…porque isso é o que está para se ver.
É sempre uma novidade subir até ao alto. Subir, nem que seja um cabeço dos muitos que esta ilha tem. Mas subir à “Montanha” é sempre uma frescura, um pisar de tapete de procissão, enfeitado das mais belas flores, rodeado de animais que nos olham mansa e docemente. Sem esquecer os simpáticos melros pretos, pardais, tentilhões e canários que constantemente se cruzam, ora para a direita ora para a esquerda, nas tarefas diárias, procurando alimento, fazendo ninho, tratando dos filhotes.
Mas não só. O olhar, o nosso olhar, vai sempre para as encostas, para o canal, para o Faial, para São Jorge, Terceira, Graciosa e tudo o que a vista alcança. Vai para o sol escondido, vai para a chuva que por vezes nos salpica, e também para o nevoeiro que nada deixa ver.
 O percurso levou-nos à Casa da Montanha, uma estrutura recente de apoio a quantos arriscam a subida até ao cimo.
 Arrumado o carro, para lá nos dirigimos. Fomos recebidos pelos responsáveis da iniciativa. Não fomos sozinhos. Outros já lá tinham chegado. Outros chegaram depois. Isso deixou-nos satisfeitos.
Afinal, um chá na Casa da Montanha, terá mais sabor rodeado de muitos outros, nas alturas da terra que pisamos. Muito longe de outros locais já consagrados da beira-mar.
Mas, antes, ouvimos o responsável, o senhor Geólogo Manuel Paulino, a dar as boas vindas. Um encontro para divulgação do que é nosso: a Montanha, em primeiro lugar que nos acolhe; e depois os produtos da nossa gastronomia – doces, bolos e biscoitos das padarias “Dos Feitais” e “Andrade” e as ervas aromáticas da “Casa Ávila” –, que os seus responsáveis trouxeram para este encontro de Chá na Montanha.
Presentes, que responderam ao convite, alguns estrangeiros e outras pessoas ligadas à cultura. Talvez umas 50 pessoas.
Já no regresso, pelo mesmo caminho, divagámos para outros horizontes culturais, deixando para trás alguns momentos da boa divulgação da ilha: do que nela se faz ou pode fazer. Neste caso menos divulgado, mas também importante.
Afinal, foi um encontro, que acabou por ser, também, um momento afectivo à Montanha do Meu (Nosso) Destino.
altodoscedros.blogspot.com
escrito na ortografia antiga