sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Não cortar a relva a eito...

É uma metáfora, sim. E fácil de entender. O ministro Relvas parece que quer cortar a relva deste jardim à beira mar plantado, toda por igual.
        A mancha relvada do Portugal interior está nas habitações dos súbditos que elegem os governos e que são a razão de ser de Portugal como nação. Cidades, Vilas e Aldeias, são os ninhos de todos nós.
        Importa, por isso, o máximo cuidado em não destruir a mais pequena parcela, por muito pequena que seja. Ela faz parte integrante do todo nacional.
        Quando se corta a relva de um jardim, ou se monda uma área do campo aberto, há sempre o cuidado de não ferir pequenos arbustos, pequenas árvores. São esses pequenos arbustos e essas pequenas árvores que dão beleza ao ambiente e às paisagens dos nossos campos.
        O leitor já percebeu que estou, de novo, a referir-me às nossas freguesias do campo. Por favor, deixem-nas estar como estão. Elas sempre se habituaram a viver isoladas, mas alegres.
E também, por isso, souberam criar formas de vencer o isolamento. Hoje, são exemplo, para os que foram para o poder e, por vezes, se esquecem da sua origem.
        Por isso, peço ao senhor ministro Relvas, que não corte a relva a eito. Faça-o com cuidado. Aqui não vale a poupança, que não tem razão de ser. Aqui, sim, vale a razão da proximidade.
        Todavia, senhor ministro Relvas, deixo-lhe uma margem para cortar a relva à vontade, caminho aberto para outras manchas populacionais – as cidades. E aí faça como entender, sobretudo quando se pode e deve invocar a poupança, já que a proximidade é por demais evidente.
        As cidades e vilas podem muito bem ver reduzidas as freguesias. A começar por Lisboa e a terminar na mais pequena vila do País.
        Aqui nos Açores, há três exemplos flagrantes: Horta, Angra e Ponta Delgada podem ser cidades de uma só freguesia, cada uma com a sua. Espero que as autoridades regionais tenham o bom senso de não cortar à toa, pensando pela sua cabeça e não pela cabeça do ministro Relvas.
        E, sobre o assunto das freguesias, basta por agora.
        altodoscedros.blogspot.com
            escrito na ortografia antiga