Já deixámos a Escola. Ainda não há muitos anos. Quando a deixámos, em jeito de brincadeira, costumava dizer assim: “Já não posso aturar rapazes”. “Já não tenho idade para isto”. Porque andei quase sempre envolvido na Educação Musical, também costumava dizer: “Já cantei de mais”. Agora preciso de silêncio e passar o tempo a ouvir o pouco que ainda consigo ouvir.
Deixámos, é verdade. Mas, ainda há qualquer coisa que trago registado. Comigo levo alguma amargura. Não por falta de apoios escolares. Sempre os tivemos, e sempre soubemos ultrapassar as lacunas.
Mas porque nunca usufruímos de um bem físico que as outras escolas sempre tiveram desde o seu começo. Refiro-me, naturalmente, a um auditório, um espaço adequado e preparado para eventos culturais e pedagógicos para uma boa parte das disciplinas escolares, mormente línguas e música, além das reuniões escolares.
E as causas nasceram logo no início, com a construção da própria escola. Divergências internas, afeições desmedidas, por vezes fanáticas, impediram melhor localização da Escola.
Hoje, a Escola continua sem Auditório, sem pátios, sem Ginásio, sem campo de jogos e outros espaços interiores.
Continua a Vila das Lajes sem uma Escola devidamente localizada e apetrechada. Convém, agora que se fala em adiamentos que não estavam previstos, pensar de uma vez por todas, que uma escola se faz por causa dos alunos e não por uma outra qualquer razão.
E porque se faz de raiz, que se faça em espaços amplos, capazes de darem resposta às valências da Escola. Que o adiamento agora surgido, seja apenas um adiamento, e nada mais.
escrito na ortografia antiga
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