No dia 15 de Outubro, a indignação alastrou por todo o mundo. Começou, em Maio, por Espanha e já percorreu o mundo todo. Até na América do Norte.
No nosso País, a indignação já vem sendo manifestada de algum tempo a esta parte. Hoje, ninguém sabe até onde vai chegar. É a grande preocupação do tempo presente.
Fomos para a Europa. Uma grande união de países. Um mundo de desenvolvimento. Com os mesmos direitos e os mesmos deveres.
Mas, nem sempre a união planeada resulta em união efectiva. Os percursos são, por vezes, interrompidos por interesses emergentes, alguns deles escondidos à espera da ocasião propícia. E esses interesses surgiram. Camuflados alguns de velhos nacionalismos. E, num ápice, a União treme. E não há quem diga, basta!
Hoje, o mais surpreendente é vermos as nações a serem governadas por terceiros. A mesma moeda é cobiça muito forte para grandes negócios. São os mercados do dinheiro. Vai-se ao mercado comprar dinheiro. Não compreendo este processo lá muito bem. É algo que me ultrapassa.
Ora, a mesma moeda entre as nações associadas, deve ser gerida somente por essas mesmas nações, através dos seus próprios Bancos, e nunca ser gerida por mercados, que são, no caso presente, autênticos tumores malignos. Os mercados de dinheiro devem ser totalmente proibidos.
A União Europeia vive contaminada. E está a ser tratada com uma “quimioterapia” que pode levá-la ao colapso total. E só há uma solução – extrair já o tumor maligno. Fora com esses mercados.
Uma União exige plena concordância. Como um moinho nas suas engrenagens interiores. As rodas dentadas têm de estar de acordo com outras rodas, também dentadas. E todas devem funcionar, como dizia o velho carpinteiro, ao doce. Se um dente falhar, tudo se parte.
O mesmo tem de ser feito na União Europeia. Ou a máquina funciona com todos a fazerem o mesmo, do mesmo modo e com os mesmos critérios, ou então tudo se quebra em mil pedaços. E a indignação pode transformar-se num pesadelo muito grave.
Sempre ouvimos dizer que a História se repete. Tivemos um antes de 1910, tivemos um antes do 28 de Maio e tivemos um antes do 25 de Abril. Teremos de novo à beira de um antes qualquer coisa?
É mesmo para dar em indignação. O que nos vale e nos amansa um pouco, é que a crise não é só nossa. É de todo o mundo. O que nos leva a pensar que os políticos responsáveis não são apenas os nossos. Fazendo parte do mundo globalizado, fomos todos arrastados, inevitavelmente.
Os nacionalismos encobrem tendências perigosas. É bom saber isso. E também é bom saber que a indignação pode levar à violência. Tudo, menos isso. E oxalá que tudo termine em bem. É que já ouvi falar em novas guerras na Europa…
Estarei de volta lá p’lo São Martinho.
altodoscedros.blogspot.com
escrito na ortografia antiga.