terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os mercados do dinheiro...

Andou Bento XVI, mais uma vez, pela África. E um dos assuntos que abordou nas suas conversas e discursos foi a tentação dos mercados. “Afastai a submissão incondicional às forças dos mercados ou das finanças, bem como ao nacionalismo exacerbado”.
            Ora bem. Não é só o Papa que o tem dito. As crises que hoje nos batem á porta são mesmo fruto desses mercados. Não dos nossos mercados do pé da porta; daqueles onde vamos, quase todos os dias, fazer as compras para casa. Mas dos grandes mercados financeiros que compram e vendem dinheiro, e sempre em troca de dinheiro.
Quando o objecto do negócio é a compra e venda do dinheiro, está tudo perdido. Salve-se quem puder. É a forma de todos andarem dependentes uns dos outros. E sempre a avaliarem da credibilidade deste e daquele. Uma escravidão. É a nossa opinião, até que nos provem o contrário.
Nem que fosse de propósito, chegou-nos às mãos um texto do terceiro presidente dos EUA, Thomas Jefferson, que diz assim: “Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo o americano alguma vez permitir que os bancos privados controlem e emissão da sua moeda, primeiro pela inflação e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram”. (Whashington, DC – 1802).
Todos os países, ou governos, têm o seu Banco Central. Numa União de países são os Bancos centrais que vigiam e cuidam dos dinheiros de todos os povos que pertencem à União.
Em primeiro lugar está o poder dos governos, o chamado poder político, o único poder legitimado, e só depois o poder das finanças. Nunca o poder do dinheiro em primeiro lugar. Se não for assim, não será possível continuar a sonhar com a Europa, e quantas vezes – já aconteceu – com as próprias nações.
A Comunidade, ou estabelece regras iguais para todos – iguais para todos, repito – ou então destrói-se a si mesma.
escrito na ortografia antiga
altodoscedros.blogspot.com