domingo, 29 de janeiro de 2012

Feriados... e feriados....

O nosso mundo político anda cada vez mais cinzento.
E o cinzento até seria uma cor agradável, não fossem as indefinições e as hesitações que revela. Mas não é nada de novo no nosso país. Umas vezes foi assim, ou talvez foi sempre assim. Como o fado, um mar de lamentações e de fatalidades…Desta vez são as reformas, como se tudo fosse reforma, ou tudo tivesse de ser reformado. Ou ainda, todos para a reforma, e pronto!
O meu apontamento desta semana não poderá ser extenso, nem muito burilado no articulado. Apenas claro, como manda uma das regras básicas do texto escrito – clareza.
Acaba de sair ou está para sair a abolição de alguns feriados nacionais. Ora bem. É assunto, no meu entendimento, no qual nem se deveria falar. Ainda por cima pelas razões que se invocam.
Os feriados são marcas visíveis da nossa História. Sempre assim foram entendidos. Constituem a escola visível de ver e de ler durante o dia e a noite, de perceber e entender, de contar à criança que está ao nosso lado, sem andar a perguntar e a consultar os livros da escola. O içar da bandeira naquele dia representa uma identidade, que é nossa e de mais ninguém. Porque cada um tem a sua identidade e cada um respeita a do outro, e ninguém tem o direito de impôr seja o que for. Parece que só nós somos a excepção.
Num programa televisivo tive a oportunidade de sentir quão levianas são as ideias do “tanto me faz que seja feriado, como não seja, nada me diz este e aquele feriado, etc, etc.”
E fico abismado quando são palavras proferidas por pessoas eleitas pelo povo. E a razão é simples: quem tem o dever de falar em nome do povo, e sempre em nome do povo, não pode cair em deslizes desta natureza. Quando fala daquela forma está a negar-se a si próprio.
Os feriados são sinais da nossa História, meus senhores. São marcos da nossa identidade. Os feriados nunca foram causa nem motivo de menos produtividade nacional.
Alguns deputados, geralmente, quando falam de assuntos de Estado, fazendo-o publicamente em nome próprio, metem água por todos os lados. Ridicularizam-se a si mesmos e dão uma imagem negativa do Estado que juraram servir.
Mas prometi ser breve. E claro. Não faz sentido algum abolir os feriados que se tem indicado nos últimos dias. (1950 caracteres)
Altodoscedros.blogspot.com
Escrito na ortografia antiga