Voltando ao assunto das freguesias – já não digo dos Concelhos, e muito menos das freguesias incluídas nas grandes cidades, esse será ou não também assunto, veremos, – temos de convir que as freguesias do campo são as guardas avançadas do nosso mundo nacional e regional. São elas que ocupam todo o território. Foram elas que se fizeram por si mesmas, sem ordenamento de ninguém. Desde o povoamento.
Hoje dão-se conselhos, impõem-se condições, para a construção de uma ou outra habitação, como por exemplo o abastecimento de água e electricidade, terrenos movediços, etc.
Mas, continuam ainda os povos do interior a escolher o lugar para a sua residência. E vamos deixar que seja assim. Em nada contradiz o desenvolvimento da comunidade.
Neste apontamento, quero deixar bem claro que não é a poupança das freguesias rurais que vai trazer mais valias à Nação. A poupança das freguesias é tão mínima que se torna ridículo apontar o seu despesismo para causa da falência do erário público.
Toda a gente sabe que as nossas freguesias rurais vivem da carolice dos seus eleitos. O que recebem – se é que recebem – não dará para muita coisa, em comparação com o muito que dão gratuitamente para o bem da sua comunidade. Não lhe retirem essa vontade de contribuir e continuar a contribuir com o que podem e gostam. Aquilo é para o bem de todos, então vamos a isso!...
Esse gosto e essa vontade já vem de longa data. O isolamento foi a causa. Párocos e Professores contribuíram para quebrar essa barreira, transformando-a em virtude de bem-fazer. É importante que se mantenha. É um valor a preservar.
Olho para várias freguesias rurais que melhor conheço e vejo trabalho feito, muito trabalho feito e bem feito. E mais: uma boa parte dele feito gratuitamente pelos povos.
Esta imagem, vejo-a diariamente, e quero continuar a vê-la, repetida, sempre repetida. É a garantia de que nada foi mal conduzido. Antes pelo contrário. É a garantia da nossa continuidade, como povo, que sempre soube construir a sua identidade.
A Nação inteira precisa dos seus povos, aglomerados e agarrados aos lugares que fizeram para viver. Recordo com pena que o lugar das Faias e outros, nestas ilhas, tenham sido desabitados. Ali, morava gente.
É preciso, ao contrário, continuar a dizer sempre: aqui mora gente.
escrito na ortografia antigas
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