segunda-feira, 19 de março de 2012

"Semanas Culturais e Recreativas" (III) - Ribeirinha

Se os acessos, hoje, são estruturas que melhoraram a vida dos habitantes, não menos importante foi o primeiro abastecimento de água.
Com efeito, a partir de 1955 do século passado a água chegou à freguesia em cinco chafarizes e dois bebedoiros públicos. Um homem da Ribeirinha – Manuel Cabral, na América – foi o seu promotor. Um benefício, inaugurado naquela data com a presença do Governador Freitas Pimentel.
        Para trás ficaram os calvários diários de ir, à fonte da rocha, buscar água para os amanhos da casa, sobretudo quando os tanques esvaziavam; ou subir as encostas para ir lavar roupa para o Paul do Juncal. A água foi um salto qualitativo. Hoje, é um bem precioso que vai a todas as casas.
        No campo recreativo e cultural surgiu o Salão da Casa Nova, assim designada por ser uma novidade na altura. Decorria o ano de 1956. Para melhor manutenção e continuidade, foi inscrita no INATEL, assim se mantendo durante largos anos.
        Hoje é o Centro Comunitário da Casa do Povo da Ribeirinha, servindo para os mais variados eventos culturais, religiosos e recreativos. Munida de espaços exíguos, no início da construção, por falta de visão do futuro, foi mais tarde melhorada, e hoje, embora permaneçam os espaços iniciais, possui as instalações próprias para os dias de maior movimento, como sejam as Coroações do Espírito Santo.
        Por fim, veio a luz comunitária, por acção do Padre João Silveira Domingos, que também pôs em marcha o melhoramento do caminho até à Ermida, além de dar passos importantes para a criação da freguesia. Hoje é pública a rede eléctrica.
        Nos tempos que correm, a freguesia da Ribeirinha – conquista da nova Autonomia Regional – goza de estatuto próprio. Apesar das ameaças dos governantes que não sabem nem conhecem a história dos povos, vive-se na esperança da sobrevivência e da fé nos eleitos.
        A Ribeirinha soube aproveitar os benefícios da Autonomia e do seu estatuto próprio. A água pública vai a todas as casas. A luz também. O asfalto cobre os caminhos principais. A qualidade de vida chegou. Importa conservar, consolidar, não estagnar.
 É a altura de dizer a todos os responsáveis políticos e governantes: deixem que sigam o caminho há muito traçado e sempre renovado. Não se acabe com a vida comunitária que foi feita com sangue, suor e lágrimas. (Continua)
escrito na ortografia antiga