sexta-feira, 22 de julho de 2011

Apesar da crise.... a festa há-de fazer-se!

Este meu apontamento já vai fora do tempo. Já lá vai uma festa e as outras já devem ter fechado os programas. Todavia, e por isso mesmo, pode ser mais um motivo de festa. Ele aí vai.
As festas são maiores ou menores conforme as posses. Em tempos de crise, naturalmente que serão menores. Mas mesmo assim, há sempre lugar para uma saída, e para uns laivos de boa disposição. Rir, faz bem e é próprio do ser humano. Ridendo castigat mores, com todo respeito, e sem ofensa, pois não se trata disso.
É verdade que as festas maiores começaram com as festas de Lurdes e respectiva semana dos Baleeiros. Depois estenderam-se pelas outras vilas da Ilha, e mais outras do Arquipélago. Tenho a impressão de que tudo começou pelas Lajes do Pico. Estarei totalmente errado? É o que menos importa saber. Continuemos, então.
        Depois de tanta competição, ou coisa parecida – aparece o apelo à rotatividade, à contenção de gastos, e ao “cada um faça como puder”. Não é que se pressintam grandes contendas. No entanto, nestes casos, uns pós de ironia até suavizam e amansam os ânimos.
Por isso não entro nestes malabarismos complicados. Fico pelo que me parece mais óbvio – cada um faça como pode, sem desperdiçar os apoios dos vizinhos. A ilha, e o Concelho em particular, têm tudo o que é preciso.
        Assim sendo, faço a seguinte análise ao Concelho das Lajes, já que dos outros, por estarmos ultrapassados, não importa fazer qualquer análise. Na verdade, o Concelho das Lajes, dentro das suas fronteiras:
        - Têm Bandas suficientes (São João, Lajes, Santa Bárbara, Ribeiras, Calheta e Piedade), para todos os dias da semana à noite no palco central da Vila;
        - Têm um Grupo Folclórico, para um dia de maior movimento, ou à escolha;
        - Têm uma Orquestra, para uma ou duas noites, à escolha também;
        - Ainda têm um Grupo Coral para uma noite dentro de um salão à escolha;
        - Têm o grupo Trovas do Sul;
        - Têm o grupo “Kádacasa”;
- Têm o grupo de teatro Multieremà;
- Têm várias Marchas, prontas a desfilar;
- Tem grupo de Fados e de “Velhas”;
- Têm talvez muitos mais grupos que não conheço.
- Têm Botes Baleeiros suficientes para a sua Regata habitual (Lajes, São João, Ribeiras, Calheta e Piedade);
Todos estes grupos serão a custo zero. Que mais é preciso?
Um artista famoso? Sei lá… Talvez a artista “Deolinda” que tem uma cantiga que diz: “que parva que eu sou”…; mesmo assim, ia ser caro de mais, e parvos, é o que não falta!!!

Por conseguinte, têm o Concelho motivos para fazer a festa, e contar com o povo como nos anos anteriores. Afinal, o que não faltam são as festas!
O cartaz das festas da Madalena foi dos melhores que já vi: “Uma montanha de festa à tua espera”. Por aqui, essa montanha vai espalhar-se pelas ruas, pelos pátios (temos agora um novo e atraente pátio, ali mesmo perto das portas do mar), e pelas lagoas do mar.
Mas, atenção: uma hipérbole é sempre uma forma enfática de dizer e mediatizar. Esperamos que a Montanha, a verdadeira, com o seu ventre adormecido, se aguente assim como está, e que não se espalhe, como outras que vomitaram nos quatro continentes, impedindo aviões e pessoas de fazerem a sua vida normal. Queremos que ela ali se mantenha, firme, hirta, imponente, a nossa maior maravilha das festas que fazemos.
No campo religioso, suponho que ainda tudo será como dantes. Em épocas de crise, todos são “apanhados”. Até o valor do sermão da festa pode ficar nos pregadores da ilha. Sempre é mais uma ajudinha!
Li, algures, a seguinte afirmação: “Por maior que seja o buraco em que te encontres, sorri, porque, por enquanto, ainda não há terra por cima”.
 Boas Festas para todos, pois uma festa, onde não há lugar à boa disposição, não é festa nem é nada! Vamos todos tornar a festa ainda maior. Todos “pr’ós terreiros”, “pr’às águas da lagoa do mar” e pr’á procissão”!

Já agora, não se esqueçam de passar, no dia 7 de Agosto, pelo Porto da Baixa para provar um caldinho da festa do chicharro, e depois no dia 14 pelo São João Pequenino e no mesmo dia pela Feteira da Calheta na festa da Cabra e da Cavala. São tradições que começam a impor-se. Tudo é festa!
-altodoscedros.blogspot.com
-texto escrito na ortografia antiga